Uma interpretação da obra
Ao fundo um céu de (cores quentes), em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo
(onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não
um retrato da realidade). Vemos que a figura humana também está em
cores frias, azul, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para
demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão
tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura, como se
entortando com o berro, algo que reproduza as ondas sonoras. Quase tudo
está torto, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo.
Tudo que se abalou com o grito e com a cena presenciada está torto,
quem não se abalou (supostamente seus amigos, como descrito acima) e a
ponte, que é de concreto e não é "natural" como os outros elementos,
continua reto.
A dor do grito está presente não só na personagem, mas também no
fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as outras
pessoas a enxergam, é dolorosa também, a paisagem fica dolorosa e talvez
por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele
e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem. Nos introjetamos
no quadro e passamos a ver o mundo torto, disforme e isso nos afeta
diretamente e participamos quase interativamente da obra.
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